Durante uma missão de divulgação na Espanha, a professora Fernanda Rodrigues Soares, do Instituto de Ciências Biológicas e Naturais (ICBN) da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), teve a oportunidade de apresentar os trabalhos da Rede Iberoamericana de Farmacogenética (Ribef). Como integrante da Ribef, a pesquisadora concentra seus estudos no grupo de pesquisa em Genética de Populações e Farmacogenética da UFTM.
A Ribef dedica-se à pesquisa sobre a aplicação da medicina personalizada em populações latino-americanas, considerando suas diferentes origens étnicas. Durante a estadia na Espanha, ocorreram diversas reuniões entre representantes da Rede e de outros países, como México, Equador, Peru e Espanha, com o objetivo de fortalecer a cooperação entre os grupos de pesquisa e aumentar a visibilidade internacional da Universidade.
“Temos integrado a Rede para fazer análise de ancestralidades moleculares. Com
esses estudos pudemos demonstrar que a ancestralidade é importante para que as
diferenças étnicas sejam analisadas e que individualizemos o tratamento com mais
segurança para essas populações”, afirmou Fernanda.
Em um futuro próximo, o grupo de pesquisa da UFTM iniciará estudos de farmacogenética e medicina personalizada em pacientes com doenças cardiovasculares no Hospital de Clínicas (HC) da instituição. Essa iniciativa será liderada pela professora Fernanda Rodrigues Soares, em colaboração com o médico Rone Padilha, da Unidade Coronariana, assim como com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Ribef. Essa parceria visa aprofundar a compreensão e aplicação dessas áreas no contexto específico dos pacientes cardiovasculares, proporcionando avanços significativos na área da saúde.
A Ribef é uma rede dedicada à pesquisa e promoção da farmacogenética, que é uma especialidade que investiga a relação entre os polimorfismos genéticos e a variabilidade na resposta a medicamentos entre indivíduos. Essa área faz parte da chamada "medicina personalizada", que busca prescrições farmacológicas mais precisas e individualizadas, levando em consideração o perfil genético de cada paciente.
A frequência das variantes genéticas pode estar associada à ancestralidade, o que sugere que essa associação também possa influenciar a resposta aos fármacos. A Ribef foi criada com o objetivo de promover a inclusão de populações latinas em pesquisas farmacogenéticas, além de realizar simpósios e cursos educativos para o desenvolvimento dessa área de estudo. Seu trabalho é essencial para expandir o conhecimento e a aplicação da farmacogenética na América Latina.